09/10/2025
TCU. Auditoria em editais de obras rodoviárias resulta em economia de R$ 264 milhões

Notícia postada em 09/10/2025
O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou inconsistências em orçamentos de obras rodoviárias e evitou desperdício de R$ 264 milhões aos cofres públicos, após correções promovidas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O trabalho, relatado pelo ministro Benjamin Zymler, integra o Fiscobras 2025 e analisou 10 editais de licitação que, juntos, somam mais de R$ 3,1 bilhões em recursos públicos.
A auditoria utilizou o Sistema de Análise de Orçamentos (SAO) — ferramenta desenvolvida pelo próprio TCU com apoio de inteligência artificial — para avaliar a conformidade dos orçamentos de obras realizados entre agosto de 2024 e julho de 2025. O sistema compara automaticamente os preços e quantitativos das planilhas com os referenciais oficiais, como o Sicro e o Sinapi, possibilitando a detecção de erros, sobrepreços e distorções.
Irregularidades detectadas
Entre as inconformidades identificadas, destacam-se superestimativas de quantitativos e diferenças de até dez vezes entre os preços de referência e os valores de mercado.
“A Inteligência Artificial ajudou a identificar erros básicos, como um bueiro de 60 centímetros de diâmetro registrado como se tivesse 60 metros, inflando em R$ 8 milhões um dos orçamentos analisados”, destacou o ministro Benjamin Zymler durante a sessão.
Segundo o relator, o caso demonstra o impacto positivo do uso da tecnologia na gestão pública:
“O SAO vem se consolidando como um dos mais importantes instrumentos tecnológicos desta Casa. Ele permite detectar inconsistências e evitar contratações com sobrepreço ou superfaturamento. Essa atuação preventiva gerou economia da ordem de R$ 260 milhões”, afirmou.
Desdobramentos
Após a fiscalização, o DNIT corrigiu as inconsistências, revisando quantitativos e critérios de precificação. O acórdão aprovado pelo Plenário do TCU dá ciência à autarquia sobre as conclusões da auditoria e recomenda o fortalecimento dos controles internos, com revisão por pares e dupla checagem dos orçamentos.
O presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo, ressaltou a relevância do resultado e o papel da cooperação institucional:
“Destaco o uso da inteligência artificial e a postura colaborativa do DNIT, que, ao receber os indícios de irregularidade, adotou prontamente medidas corretivas, revisando orçamentos e ajustando quantitativos.”
A fiscalização, conduzida no âmbito do Fiscobras 2025, reforça a importância do uso de soluções tecnológicas para aprimorar o controle preventivo e a eficiência na aplicação dos recursos públicos.
Serviço
Processo: TC 026.066/2024-6
Acórdão: 2306/2025 – Plenário
Sessão: 8/10/2025
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