10/03/2025
CGU. Brasil lidera a agenda anticorrupção dos BRICS em 2025

Notícia postada em 10/03/2025
O Brasil assumiu a liderança do Grupo de Trabalho Anticorrupção (ACWG) dos BRICS em 2025, com coordenação da Controladoria-Geral da União (CGU). Durante a presidência brasileira, o grupo se concentrará em iniciativas estratégicas destinadas a reforçar as medidas de integridade e combate à corrupção em nível internacional. O próximo encontro do grupo está marcado para os dias 5 e 6 de maio deste ano.
A corrupção é reconhecida como um entrave significativo ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável, o que destaca a importância desse debate no âmbito da cooperação internacional.
O grupo anticorrupção do BRICS, criado em 2015, é um importante fórum internacional dedicado à discussão de questões relacionadas à corrupção e recuperação de ativos. Em 2025, sob a liderança do Brasil, serão priorizados três eixos principais: a relação entre anticorrupção e desenvolvimento sustentável, a eficiência dos mecanismos de recuperação de ativos e o uso da inteligência artificial no combate a práticas ilícitas.
No eixo do desenvolvimento sustentável, o Brasil incentivará debates sobre como medidas anticorrupção podem favorecer uma melhor distribuição dos recursos e reduzir desigualdades sociais. Em relação à recuperação de ativos, o grupo buscará fortalecer a cooperação internacional para a identificação, rastreamento, apreensão e repatriação de recursos desviados, alinhando-se aos princípios da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC). Já na questão da inteligência artificial, será discutida sua aplicação para aumentar a transparência, aprimorar a prestação de contas e otimizar o monitoramento contra irregularidades.
Entre as principais ações previstas até o final da presidência brasileira estão a elaboração de um documento compilando boas práticas adotadas pelos países do BRICS, especialmente em áreas relacionadas ao desenvolvimento sustentável e uso de inteligência artificial no combate à corrupção; a organização de um evento paralelo durante a Conferência dos Estados Partes da UNCAC em Doha, no Catar, abordando incentivos para que o setor privado adote medidas de integridade; e a realização de um seminário focado em cooperação internacional para recuperação de ativos.
Essas iniciativas reforçam o compromisso do Brasil com o fortalecimento da governança global, buscando um ambiente econômico mais transparente, justo e equitativo.
Sobre o BRICS
O BRICS não é um bloco econômico formal, mas uma parceria estratégica entre cinco grandes economias emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O grupo surgiu como BRIC em 2001, termo cunhado por um analista da Goldman Sachs. O primeiro encontro formal ocorreu em 2006, em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU. Em 2011, com a entrada da África do Sul, o grupo passou a se chamar BRICS.
As atividades do grupo estão organizadas em três pilares principais: cooperação política e de segurança, cooperação financeira e econômica, e cooperação cultural e interpessoal, realizando aproximadamente 150 reuniões anuais. O objetivo fundamental é promover uma reforma no sistema de governança global e criar alternativas para instituições financeiras tradicionais como o FMI e o BID, fortalecendo economias emergentes através de organismos como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).