17/11/2014 - SAE - Especialistas discutem sobre prospectiva e planejamento estratégico.
É possível pensar no futuro do país de forma estratégica, com cenários prospectivos, em diversos segmentos? O questionamento marcou o debate no 3º Encontro Brasileiro de Prospectiva e Planejamento Estratégico, realizado nesta quarta-feira, 12 de novembro, no Interlegis, em Brasília (DF).
Promovido pela Rede Brasileira de Prospectiva (RBP) com o apoio de instituições públicas e privadas, entre elas a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), o evento contou com a presença de estrategistas, gestores e estudiosos das políticas públicas que debateram o tema “A Prospectiva no Brasil: situação atual e desafios”. Os participantes reuniram visões e ideias a longo prazo sobre o Brasil nos campos da ciência e tecnologia, educação, saúde e mobilidade urbana, entre outras áreas.
A coordenadora do evento e membro fundadora da RBP, Elenita Nascimento, iniciou o encontro apresentando o trabalho da rede e o objetivo da iniciativa. “Buscamos integrar conhecimentos e atores para difundir, no Brasil, a cultura, a prática e os métodos de planejamento de longo prazo com base nos cenários prospectivos. A ideia é trazer para o debate a experiência e elementos teóricos que possibilitem a reflexão estratégica sobre a ciência aplicada. Só assim vamos conseguir alavancar o desenvolvimento socioeconômico do Brasil”, explicou Elenita.
“É um grande prazer receber um estudo de prospectiva em nossa casa, num momento em que ela explode no país e no mundo”, completou o coordenador de planejamento do Interlegis, Armando Cerchi.
Para o reitor da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Camargo, planejar o futuro pode ajudar na construção de um país mais integrado e bem distribuído. “Precisamos saber o que queremos ser mais na frente, e encontros como este são imprescindíveis para trilharmos um caminho mais previsível e assertivo”, comentou.
Também participaram da mesa de abertura o professor emérito da UnB Vamireh Chacon de Albuquerque Nascimento, do Instituto de Ciência Política; e o presidente da Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Planejamento e Orçamento, Eduardo Rodrigues da Silva.
Há um pensamento estratégico para o Brasil?
A primeira mesa-redonda contou com a explanação do chefe de gabinete do ministro da SAE, Alessandro Candeas. Apesar das diferenças de ênfase e de método, Candeas afirma que é perceptível a convergência de temas prioritários nos programas de planejamento estratégico desde a década de 1940 até os PPAs, tais como energia, transporte, disparidades regionais e de renda, alimentação, saúde e educação. Segundo ele, a questão aponta para uma convergência muito grande de visões de futuro no Brasil, acima de ideologias e interesses setoriais.
De acordo com Candeas, a energia é o tema mais planejado dentro de toda a agenda de desenvolvimento do Brasil. “É um caso paradigmático para o Brasil. Ela [a energia] é pensada de forma contínua, acima dos governos, com pensamento de décadas à frente, e leva em consideração os avanços tecnológicos e as dificuldades de produção no país. Além disso, o assunto está muito ligado às mudanças do cenário internacional.
Ele também destacou que para corrigir o déficit de articulação, coerência e continuidade entre pensamento, planejamento e gestão, é necessário fortalecer a governança estratégica com base em três eixos: visão de longo prazo, compromisso político de todos os governos e institucionalidade sólida. E terminou com um recado: “o presente é a herança e o futuro é a estratégia”.
Também participaram do debate o diretor do Departamento de Planejamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Jorge Abrahão de Castro; o diretor do Departamento de Produção e Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Ariel Pares; o coordenador de Projetos de Pesquisa do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Paulo Egler; e o técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) José Celso Cardoso Jr.
Fonte: Secretaria de Assuntos Estratégicos